quinta-feira, 8 de janeiro de 2015

Faltam dias... Ou não.

No parto natural não existe contagem regressiva. Não existe nada além do instinto, do achismo, da aposta. Mas, mesmo assim, existem vários métodos para se calcular a possível data do parto. Um deles é a partir da data da última menstruação, de onde se estima a data da ovulação e fecundação. Esse é o método dos médicos. Minha data é 10/01, depois de amanhã. Outro método é pelo tamanho do embrião no primeiro ultrassom, também usado pelos médicos para confirmar o primeiro método e para corrigir a data no caso de mulheres com ciclos irregulares. Nesse exame, minha data deu dia 10/01 também. Para quem acredita no poder da lua sobre o corpo, assim como ela age sobre as marés, existe o calendário lunar, que diz que dez luas após a última menstruação, ou nove luas após a data da concepção, será o parto. De acordo com esse calendário, a Nina nasce dia 10/01 ou 11/01.
As datas estão todas muito iguais para que eu não fique com uma esperança danada de que realmente nossa menina venha nesse próximo fim de semana. Então, de certa forma, estou com uma contagem regressiva em mente e, se passar desse fim de semana, estarei totalmente sem nenhuma outra aposta de quando será. 
Me alegra saber que para a maioria das mulheres o trabalho de parto se inicia de repente, numa cólica mais forte as acordando de madrugada, numa bolsa rompida, sem aviso anterior, apenas começando, um dia não sente nada, no outro o bebê nasceu. Para outras, existem sinais que se manifestam por alguns dias, como perda do tampão mucoso ou contrações irregulares doloridas por dois, três dias, até que o trabalho de parto, enfim, engrena. Estou sentindo que serei do primeiro time, até por ser a segunda  gestação, estou esperando um trabalho de parto não anunciado e relativamente rápido. E indolor. E orgásmico. Digam amém todos os anjos. 
Mas também tenho a serenidade de aceitar mudanças nos meus planos, pois sei que conheço o suficiente sobre meu corpo, sobre o trabalho de parto, sei que estou sendo assistida por pessoas competentes e que qualquer mudança no plano terá sido necessária. É importante saber que mesmo o que foge ao nosso controle é perfeito. E nosso parto será como ele deve ser.
Mas veja como é diferente eu dizer isso do que aquele discurso "Ah, eu quero parto normal, mas Deus que sabe, né, porque o doutor falou que até dia tal se não nascer, aí tem que ser cesariana." Nesse tipo de afirmação, o doutor É deus, porque a data do parto não estará sendo determinada nem pelo seu corpo, nem por qualquer deus no qual você creia. Se a data que os astros tinham pro seu filho nascer for depois da data que o doutor marcou, então não tem jeito, minha filha, seu filho não vai nascer no momento dele.
E qual é essa data marcada pelo doutor? Exatamente as 40 semanas. O 10/01 da Nina. Se eu não tivesse me informado, se eu não estivesse bem assistida, e se ela não viesse até o dia 10, seria nascida à força, sob o argumento de "passar da data". Perigosíssimo isso, hein? Imagina continuar no ambiente onde você viveu por 40 semanas, com tudo funcionando perfeitamente, por, digamos 6 dias a mais, ou 10, 13... Se está tudo funcionando bem, bebê recebendo nutrientes, pode ser que ele precise ficar mais alguns dias dentro da mãe pra completar alguma formação de órgão, pra ganhar peso, pra se sentir pronto pra nascer, sei lá. O motivo é desconhecido e nem me interessa saber. Bebês nascem e, se ainda não nasceu, é porque não chegou a hora. Na teoria, os médicos sabem que até 41 semanas e 6 dias a gestação é considerada a termo. Depois dessa data, é pós-termo mas, nem por isso, precisa ser interrompida. Assim como alguns bebês vão nascer antes das 38 semanas e vão nascer bem, outros vão nascer com mais de 42 semanas. (Nina, não escuta isso, tá? Ficar todo esse tempo te esperando vai fazer cair meus cabelos. Mas eu espero, se for preciso...)
E, por falar em semanas, hoje faz 2 semanas que estamos em BH esperando a Nina chegar. Obrigada, Jojô, por estar nos recebendo e muvucando sua casa. Obrigada, mãe, por ter tirado férias para estar aqui conosco e ver sua neta nascer. Obrigada, Nego, por não reclamar de não ter nada pra fazer, aguentar o calor, fazer massagem nos meus pés e levar Aurora no play e na pracinha. Obrigada, Aurora, por se divertir com qualquer papel e tesoura e por estar enchendo meus dias de carinho e chamegos. Obrigada, Nina, por ter nos escolhido e por estar me dando essa oportunidade de viver uma gestação tranquila e, em breve, um parto inesquecível.

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